Um homem de 38 anos não imaginava que um parasita vivia em seu cérebro há anos até ser internado com confusão mental e atividade convulsiva no Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos. O estudo de caso foi publicado no último dia 11 de novembro no periódico The New England Journal of Medicine.
Após cair da cama e ser encontrado tremendo pela sua esposa durante a madrugada, o paciente demonstrou comportamento estranho e resistiu a ser colocado na ambulância. Quando chegou ao pronto-socorro, teve uma convulsão generalizada que durou dois minutos.
Os médicos resolveram investigar se a região da Guatemala de onde o paciente havia emigrado há aproximadamente 20 anos poderia estar relacionada aos sintomas. "Precisamos considerar doenças infecciosas endêmicas que poderiam ter aumentado o risco de convulsões deste paciente mesmo anos após a exposição, como uma infecção cerebral parasitária”, escrevem os médicos no estudo.
Por não apresentar histórico de doenças, distúrbios neurológicos ou uso de drogas, o homem foi submetido a exames de ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC) da cabeça. Ele foi diagnosticado com neurocisticercose, uma doença em que larvas da Taenia solium invadem o cérebro e geram cistos entre os neurônios.
A infecção ocorre pelo consumo de carne de porco contaminada com ovos do parasita, que viajam do sistema digestório para o sistema nervoso central (SNC).
Uma vez diagnosticado e medicado, o homem recebeu alta no quinto dia após a hospitalização, sem mais sinais de atividade convulsiva e com resultados neurológicos normais. Exames realizados quatro meses e 10 meses depois da internação também revelaram uma diminuição do edema na cabeça, e o paciente permaneceu livre de convulsões nos três anos seguintes ao primeiro distúrbio involuntário.
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