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Canabidioides, ciência e esporte



Em debate da série Neuro Talks das Associações Paulista de Neurologia (Apan) e Medicina (APM), Fernando Solera, coordenador da Comissão Médica e de Combate à Dopagem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apontou que, atualmente, o canabidiol, substância não psicoativa, já é permitido no campo esportivo, ao passo que o THC, psicoativo, é proibido.


Solera faz um resumo histórico da evolução do controle destas substâncias. “Tudo começou em 1967, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) criou uma comissão médica, que publicou um índice de substâncias proibidas. A maconha, especificamente, entrou em 1988, valendo para as Olímpiadas de Sidney, em 2000. Os canabinoides entraram na lista da Agência Mundial Anti-Doping [Wada, na sigla em inglês] em 2003.”


Há dados consistentes sobre os principais resultados analíticos adversos (RAAs) de 2018, últimos publicados pela Wada. O esporte com mais casos (21,5%) com a presença de THC foi o skate. Por outro lado, os canabinoides representaram apenas 3% das ocorrências, ocupando a sétima posição na lista de doping. Para o especialista, isso mostra que os atletas estão muito educados sobre o tema.


“Recentemente fizemos um compilado de dados de 30 anos do controle de doping do futebol brasileiro. Até dezembro de 2019, tivemos 23 casos de uso de canabinoides no período. Em contrapartida, foram 70 casos de uso de cocaína nos últimos 30 anos.”


O coordenador da Comissão Médica e de Combate à Dopagem da CBF ressalta que é cada vez mais importante mostrar para os atletas que eles têm responsabilidade sobre seus corpos.


“A Wada definiu no Código Mundial Anti-Doping, que passa a valer em 2021, que é dever pessoal dos atletas garantir que nenhuma substância proibida entre em seus corpos. Ele não poderá mais dizer que entrou em um carro com gente fumando ou que o médico passou um medicamento que tinha THC.”

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