Congresso Paulista de Neurologia tem sessão dedicada às novas tecnologias
Com uso cada vez mais recorrente na Medicina, elas são capazes de baratear os custos de diagnóstico e tratamento
Entre os temas mais recorrentes e atuais pautados no campo da Neurologia, destaca-se um: as demências. Configurada como a perda progressiva das capacidades cognitivas, entre elas memória, atenção e aprendizagem, representa, na prática, um conjunto de sintomas que afetam diretamente a qualidade de vida da pessoa, levando à perda da independência na realização das atividades diárias.
O debate sobre o assunto se faz tão necessário com o envelhecimento das sociedades que o XII Congresso Paulista de Neurologia, realizado entre 29 de maio a 1° de junho pela Associação Paulista de Neurologia (APAN), separou um módulo exclusivo para abordar questões que envolvem a problemática. Dividida em quatro tópicos – Reavaliando o Tratamento, Comprometimento Cognitivo Leve, Marcadores Biológicos e Novas Tecnologias e Demências – a sessão acontece no quarto dia de evento, sediado pelo Sofitel Jequitimar, localizado no Guarujá.
Para dr. Paulo Henrique Bertolucci, chefe do setor de Neurologia do Comportamento e professor titular da disciplina de Neurologia da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, quando se fala em demências, o Brasil se encontra bastante atrasado: “Estamos falando de patologias de longa duração, é necessário que encaremos esse dilema. Caso contrário, iremos vivenciar a falência do sistema público de saúde”.
Tecnologia e pet eletrônico
Sendo um dos mais importantes e tradicionais eventos da especialidade, o Congresso Paulista de Neurologia tem o intuito de lapidar a excelência dos participantes e debater sobre as diversas doenças do âmbito neurológico, desde as mais comuns até as mais raras. Além disso, o simpósio é nacionalmente reconhecido por sempre trazer em suas edições avanços científico e evoluções técnicas. E 2019 não seria diferente.
Responsável por coordenar o módulo sobre demências, Bertolucci diz que as grandes novidades deste ano ficam por conta da telemedicina: “O uso da inteligência artificial e de equipamentos tecnológicos na Medicina é cada vez mais crescente por dois motivos: diagnóstico e terapia. O potencial desses novos aparatos é gigante. Um dos seus muitos pontos positivos é que eles podem trazer novas máquinas, em larga escala, que trabalham no tratamento e cuidado do paciente, barateando o custo”.
Diversos trabalhos desenvolvidos por pesquisadores de todo o mundo serão expostos durante a realização do Congresso Paulista de Neurologia, entre eles a última versão do pet eletrônico que está gerando grandes expectativas. Todo o alvoroço rondando o “animalzinho”, que não se parece em nada com um cachorro ou gato, é o fato dele já ser apto a reconhecer faces, prever os comportamentos de seu “dono” e alertar sobre o horário dos remédios além de servir de distração à pessoa com demência.
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