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Direto de Portugal: diagnóstico de esclerose múltipla é urgência em saúde pública




A identificação tardia dos sintomas de esclerose múltipla leva a que o diagnóstico correto chegue a demorar anos, o que contribui para a progressão mais rápida desta doença neurológica. A garantia é dada, ao JN, por José Vale. O neurologista e presidente do Colégio de Neurologia da Ordem dos Médicos participou no estudo "Consenso estratégico nacional para a esclerose múltipla", coordenado pela Unidade de Saúde Pública da Universidade Católica, que é apresentado hoje.


A primeira recomendação do estudo é, por isso, promover a formação nesta área para médicos de medicina geral e familiar, oftalmologia, ortopedia, pediatria e psiquiatria, bem como para a população. José Vale explica que, como a esclerose múltipla pode manifestar-se através da alteração da sensibilidade ("formigueiro"), dificuldades motoras (não ter força nas pernas), desequilíbrio ou perturbação visual, "arranjam-se outras explicações [para esses problemas] e isso atraso o diagnóstico".



CENTRO DE REFERÊNCIA


"Fizemos um estudo em Portugal, envolvendo vários hospitais do país, para perceber qual era a média de atraso do diagnóstico, e concluímos que entre a primeira manifestação e o diagnóstico rondam, em média, nove meses", revela José Vale. Assim que o doente chega ao neurologista, obtém um diagnóstico em menos de um mês. Acredita, assim, que, se houver mais conhecimento sobre a esclerose múltipla, será possível identificar esta patologia com mais rapidez.


O estudo recomenda a criação de centros de referência na rede nacional de prestação de cuidados de saúde aos doentes com esclerose múltipla, para garantir igualdade na assistência médica, em todo o território nacional.


José Vale defende a constituição de quatro ou de cinco centros de referência no país, fora dos grandes centros, com recursos médicos e meios de diagnóstico, que funcionariam em articulação com os hospitais universitários. "Quem vive em Portalegre tem os mesmos direitos de quem vive em Lisboa", sublinha.


A criação de um registo nacional da esclerose múltipla é outra das propostas do estudo. "Estamos a falar de um sistema agregador de informação-chave dos pacientes, o que poderá facilitar, de forma significativa, o trabalho dos profissionais de saúde, ao nível do acompanhamento e do tratamento da doença, mas também no que à gestão do sistema de saúde e investigação científica diz respeito", esclarece o coordenador do Think Tank e professor da Unidade de Saúde Pública da Universidade Católica, Henrique Lopes.



SABER MAIS


Oito mil doentes

Há oito mil portugueses diagnosticados com esta doença causadora de incapacidade progressiva, que afeta sobretudo mulheres, entre os 20 e os 40 anos.


Melhorar assistência

O estudo "Consenso estratégico nacional para a esclerose múltipla" resultou da reflexão de mais de 20 especialistas e entidades ligadas à esclerose múltipla e identifica medidas para melhorar o sistema de assistência clínica e social a doentes e a cuidadores.


Fonte - https://www.jn.pt/

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