O distúrbio, que é confundido com doença de Parkinson, atinge especialmente pessoas idosas
O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe Vitor Tumas, professor de Neurologia do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre o tremor essencial (TE). Na entrevista, o professor explica o que é o distúrbio, suas causas, seus sintomas e o diagnóstico e tratamento do tremor essencial.
O que é o tremor essencial
O tremor essencial é uma doença definida pela presença de tremores nas mãos, embora possa acometer outras partes do corpo, como é o caso de tremores na voz, na boca, na cabeça e nos membros inferiores. Geralmente, os tremores são benignos, e podem se manifestar em duas idades: na faixa de 20 a 30 anos de idade e depois dos 50 e 60 anos de idade, sendo esse o grupo mais atingido.
Mas esses tremores podem se transformar em problema quando tornam dificultosas tarefas comuns do cotidiano, como o ato de segurar uma xícara ou um talher. Tumas alerta para o ouvinte não confundir tremor essencial com doença de Parkinson.
Sintomas e causas do tremor essencial
Na maioria dos casos, o sintoma do tremor essencial são os tremores, afirma o professor. Mas pessoas de idade mais avançada podem apresentar outras características, como a perda de coordenação e equilíbrio, e até risco de perda de audição associada ao distúrbio. Tumas esclarece também que, o tremor essencial não é uma “doença degenerativa progressiva”, embora a piora dos tremores possa acontecer em pessoas idosas.
Além disso, o tremor essencial é uma doença hereditária, conta o professor, “embora não tenha sido identificado um gene específico para a doença”. E, em situações de tensão e após atividades físicas, os tremores se tornam mais intensos. O médico também explica qual a relação entre o consumo de álcool e o tremor essencial.
Diagnóstico e tratamento do tremor essencial
“A doença tem diagnóstico clínico, principalmente por meio de exame neurológico”, informa o médico. Existem “medicamentos por via oral que reduzem o tremor”, normalmente de forma contínua, sendo o propranolol e a primidona os fármacos mais eficazes. Mas, esclarece Tumas, o tremor essencial não tem cura. Assim, medicação e até mesmo o tratamento cirúrgico e outras formas alternativas são paliativos.
Fonte: Jornal da USP
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