Na última semana, muitos meios de comunicação têm divulgado uma matéria sobre um método denominado “indução de proteínas de choque térmico” para tratamento de doenças neurodegenerativas, tais como doença de Parkinson, doença de Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica.
É importante enfatizar que não há qualquer evidência na literatura médica ou estudos com metodologia científica que mostrem a eficácia, melhora clínica ou interrupção na progressão do processo degenerativo com o uso da “indução de proteínas de choque térmico”. Além disso, não há estudos suficientes que demonstrem segurança para o uso de tal método em seres humanos.
A busca pelo tratamento, e, principalmente pela cura das doenças neurodegenerativas, tem sido constante pela ciência e por pesquisadores em vários centros de pesquisa do mundo. A dificuldade inerente à complexidade de tais doenças, e ao fato de serem consideradas incuráveis, é um desafio diário para pesquisadores que dedicam suas vidas para encontrarem uma resposta para seus pacientes. Muitas vezes a esperança pela cura de uma doença degenerativa faz com que os pacientes busquem por tratamentos ainda experimentais ou alternativos.
Embora respeitando o direito dos pacientes de fazerem suas próprias escolhas, e para que estas escolhas sejam feitas com base em informações fidedignas, a Associação Paulista de Neurologia (APAN), comprometida com o dever social de informação médica, alerta aos profissionais de saúde, pacientes e seus familiares sobre informações sem a devida comprovação científica, divulgadas recentemente sobre o tratamento de doenças neurodegenerativas com uso da “indução de proteínas de choque térmico”.
São Paulo, 09 de outubro de 2019
Diretoria da APAN
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