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Coronavírus: pesquisa diz que estamos sonhando parecido durante pandemia

Estudo feito na Universidade Harvard analisou sonhos de 2,4 mil pessoas e verificou repetição de imagens de vermes, bruxas e gafanhotos



Experiências traumáticas como guerras, sequestros ou morte de pessoas próximas podem causar um estresse muito grande e afetar os sonhos. Enquanto dormimos, sentimentos de medo, perda, isolamento e tristeza ganham narrativas.

Um estudo feito na Universidade de Harvard e publicado na terça-feira (28/04) analisou 6 mil sonhos de aproximadamente 2,4 mil pessoas durante a pandemia do novo coronavírus e observou que muitos estão tendo sonhos parecidos. Insetos, vermes rastejantes, bruxas e gafanhotos com garras estão aparecendo como representações do vírus.

Outras pessoas sonham que estão com a Covid-19 ou que estão em locais públicos lotados sem máscara ou onde o distanciamento social não é o adequado. Entre os profissionais da saúde norteamericanos que encaram o coronavírus todos os dias, os sonhos são semelhantes aos de pessoas que passaram por algum trauma, como os veteranos de guerra e os sobreviventes do 11 de setembro, de acordo com a autora do estudo, a professora Deirdre Barrett.


“Elas estão tendo pesadelos que reencenam as coisas que estão experimentando e todos eles têm o tema de que ‘sou responsável por salvar a vida dessa pessoa e não estou conseguindo e essa pessoa está prestes a morrer’”, afirmou Deirdre à agência Associated Press.


Entenda


“O sonho é um vídeo game jogado em modo arcade”, explica Nonato Rodrigues, especialista em medicina do sono pela Academia Brasileira de Neurologia e diretor científico da Unidade do Sono de Brasília (USB). “Ou seja, você é o protagonista. Nele, colocamos situações que temos medo que aconteçam ou que já passamos e reagimos mal”.


Segundo ele, a repetição constante do sonho é uma maneira de ensinar a si mesmo como reagir melhor ao sentimento da próxima vez em que ele se apresentar na vida real.

As pessoas reagem de maneiras diferentes a situações de estresse. A diretora de comunicação do Instituto Junguiano de Brasília, Áurea Roitman, explica que, “dependendo da maturidade psíquica, as pessoas encaram o medo de diferentes formas. As que têm a fragilidade interna vão ser tomadas pelo pavor. Depende do equilíbrio interior”.

A psicóloga explica que, quando o ser humano fica diante de uma situação que causa medo, se instala um estado de alerta. “É como se qualquer sinal pudesse nos dizer se estamos errados ou certos”. Áurea destaca, entretanto, que a interpretação do sonho não pode ser feita apenas pela imagem que aparece nele e sim pelo significado simbólico da imagem. “É bastante individual, depende do que a imagem gera em cada um”, pontua.

Segundo Nonato Rodrigues, quando as pessoas têm um sonho do estilo estresse pós-traumático, elas podem ter dificuldade para voltar a dormir e quando ele é muito violento, a pessoa pode despertar no meio dele. Nonato dá algumas dicas para um sono tranquilo e de melhor qualidade:


  • Ainda durante o dia, submeta-se à luz solar ao menos durante 30 minutos. Isso é importante para que o cérebro entenda que é o momento de ficar acordado;

  • Evite tomar café ou bebidas com cafeína a partir das 15h;

  • Crie um ambiente propício ao sono na hora por volta das 20h ou 21h. Comece reduzindo as luzes da casa;

  • Evite usar equipamentos eletrônicos no quarto;

  • Evite ver notícias sobre a pandemia do coronavírus à noite;

  • Evite ingerir bebidas alcoólicas à noite. O álcool é um sedativo, depressor do sistema nervoso central. Apesar de o sono chegar mais rápido, ele será mais leve também.

Fonte — Metrópoles

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