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Epilepsia ganha sessão exclusiva durante o XII Congresso Paulista de Neurologia

Especialista defende que o tratamento deve visar o paciente como um todo e não só as crises


 

O XII Congresso Paulista de Neurologia acontece, este ano, entre 29 de maio e 1° de junho, no Sofitel Jequitimar, localizado no Guarujá. O peso de ser um dos mais importantes e tradicionais eventos da especialidade fortalece o objetivo dos organizadores e coordenadores de lapidar a excelência dos participantes.


Durante os quatro dias, o evento organizado pela Associação Paulista de Neurologia (APAN) trará diversos temas, como genética, neurointensivismo, neuro-oncologia, miopatias, neurologia do esporte e neurorreabilitação. Entre tantos, a epilepsia ganha módulo exclusivo com mais de nove horas de aulas e palestras.


Causada por uma desordem neuronal que predispõe a ocorrência de crises epiléticas, a doença afeta cerca  de  0,5 a 1% da população mundial. Segundo a médica especialista em tratamento da epilepsia, dra. Cristine Cukiert, a patologia gera alterações a quem sofre tanto do ponto de vista neurobiológico quanto emocional e psicossocial.


“Ao longo do tempo, o paciente pode adquirir dificuldades de memória e passar por mudanças cognitivas importantes inerentes à ocorrência das crises e ao uso crônico dos medicamentos antiepiléticos. Emocionalmente, ele acaba tendo um risco maior de desenvolver distúrbios psiquiátricos. Devemos pensar que muitas vezes, durante a crise, o paciente não tem percepção ou interação com o meio. Isso gera certa angústia e pode levá-lo a ter ansiedade, depressão ou, até mesmo, a cometer suicídio”, pontua a neurologista.


Cristine explica que os diversos tipos da doença podem ser classificados em dois grandes eixos: as crises generalizadas e as focais.  Enquanto a primeira acontece, simultaneamente, nos dois hemisférios cerebrais, a segunda tem sua origem em um determinado ponto, envolvendo apenas uma área do cérebro.


“Ao identificar que tipo de crise que o paciente tem, conseguimos saber onde ela inicia e, com isso, temos sua característica clínica. Quando falamos sobre a doença, a primeira imagem que nos vem à cabeça é o estereótipo. Porém, é preciso lembrar que nem só de convulsões vive a epilepsia”, afirma.


Responsável por ministrar a aula “Erros Comuns no Manejo de Pacientes com Epilepsia que Continuam com Crises”, a especialista conta que um dos maiores erros no tratamento é o diagnóstico incorreto: “Muitas vezes o paciente pode apresentar distúrbio de sono, crises de origem emocional e síncopes que são erroneamente diagnosticados como epilepsia. Quando isso acontece, essa pessoa não é beneficiada pela medicação e pode seguir com os sintomas, a despeito da terapia”.


Ela acrescenta que a prescrição inadequada da medicação também pode resultar em problemas no tratamento, sem controle ou melhora das crises.

“Para mim, o mais importante a ser dito é que a epilepsia não é só a crise. Ela abrange um aspecto muito maior e tem influências em todos os âmbitos da vida do paciente. O médico neurologista precisa tratar aquela pessoa como um todo e se preocupar se o remédio traz algum tipo de evento adverso que ele não possa tolerar. Ainda, é necessário checar se ele está estudando ou trabalhando e como anda a saúde emocional”, finaliza a doutora.

Aos interessados, as inscrições online vão até 22 de maio através do site da Associação Paulista de Medicina (www.apm.org.br/neurologia).

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