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Neurologistas debatem tratamento alternativo para a enxaqueca


A advogada Maria Elizabete Araújo, 64, convive com a enxaqueca há mais de duas décadas, mas nunca procurou um especialista para saber qual a gravidade de suas dores de cabeça. "É só tomar um chá de camomila que passa. Também faço ioga", diz.


A paulistana está entre os 2,1 milhões de brasileiros que buscam terapias alternativas no SUS (Sistema Único de Saúde) para tratar alguma doença, mas seu caso mostra que nem todo o mundo o faz da maneira correta.


Entende-se por terapias alternativas todo o tipo de tratamento não convencional. Isso engloba o uso de remédios fitoterápicos (derivados de plantas) e naturais (substâncias extraídas da natureza em sua forma bruta e usadas como medicamento), além de práticas baseadas no corpo e na mente. O SUS oferece hoje, gratuitamente, 29 PICs (Práticas Integrativas e Complementares). Entre elas estão aromaterapia, homeopatia e plantas medicinais, todas associadas ao tratamento da enxaqueca.


O assunto não é um tabu dentro da comunidade médica como muitos pensam. Os neurologistas ouvidos pelo VivaBem não veem problemas em indicar as PICs a seus pacientes —sobretudo quando eles as preferem—, mas fazem a ressalva: não há, na literatura médica, nenhuma comprovação de que chás ou ioga aliviem as dores.


"O efeito placebo acontece em diversas formas de tratamento. Só de acreditar a pessoa pode melhorar. Mas sem um tratamento de alta eficácia, esse efeito não costuma se sustentar. Por isso o tratamento farmacológico faz a diferença", afirma Marcio Nattan, neurologista do Hospital das Clínicas da USP (SP).


Isso não significa que ele e outros neurologistas não considerem sérias as práticas naturais no tratamento da dor de cabeça. Quando seus pacientes rejeitam a alopatia, mesmo com a advertência de que os fármacos são mais eficientes, o neurologista Fernando Kowacs, coordenador do departamento científico de cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, recomenda, para o tratamento preventivo da enxaqueca, atividades físicas aeróbicas e remédios nutracêuticos (formulações com vitaminas específicas).


Entre os exercícios aeróbicos sugeridos estão corrida e natação. A Revista Internacional de Medicina Esportiva publicou, em 2011, um estudo que afirma que a prática destas atividades três vezes por semana ajuda a reduzir a quantidade e a intensidade dos ataques de enxaqueca.


A meditação também é bem vista entre os especialistas porque reduz o estresse e melhora a qualidade do sono, dois causadores de crises. Há credibilidade entre os profissionais que defendem a musicoterapia como meio de tratar a dor de cabeça. Eliseth Ribeiro Leão, enfermeira e pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (SP), criou, em parceria com um fabricante de medicamentos, o projeto Dorflex Music Experiment, autointitulado um "analgésico musical". A cantora Ana Carolina deu voz às reconfortantes canções compostas com o objetivo de relaxar o corpo e, assim, combater a doença.


Diferença entre enxaqueca e cefaleia tipo tensão


Quando alguém tem diabetes, não hesita em ir ao médico para procurar o tratamento adequado. Porém, quando está com dor de cabeça, geralmente ignora os sinais do corpo acreditando se tratar de um problema menor.


A enxaqueca é a segunda doença mais incapacitante do mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Estima-se que mais de 30 milhões de brasileiros sofram dessa enfermidade. A dor pode ser moderada ou grave. Geralmente é latejante e piora quando a pessoa se movimenta. Em indivíduos portadores da doença, as crises podem ser desencadeadas por estresse, privação ou excesso de sono, alimentação irregular, mudanças bruscas de temperatura ou da pressão atmosférica, atividades intensas ou variações dos níveis hormonais (como na menstruação).


A enxaqueca é chamada de crônica quando existe dor de cabeça em pelo menos 15 dias por mês durante um trimestre. Neste caso, é preciso controlar o uso de analgésicos para que o quadro não piore. Também por isso, há muita gente que tem receio de usar fármacos.


A cefaleia do tipo tensão é menos intensa e não latejante. Não há, em casos do tipo, o incômodo com sons ou com a luminosidade.


Fonte – UOL / VivaBem

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